sábado, 27 de junho de 2009

Os excessos de cautela e a perda de credibilidade.

Que devemos ter ética em nosso dia a dia, seja em nossa vida pessoal e profissional, não há dúvida.

Como já escrito por mim aqui, o comprador ou negociador em especial, deve ter total cautela com os conflitos de interesse, presentes, e outras facilidades que um eventual fornecedor pode vir a lhe oferecer.

Durante um processo de cotação, por exemplo, onde o negociador vai ao mercado em busca de opções, dependendo do tipo de produto ou serviço demandado, o volume de participantes (concorrentes) no processo pode ser numeroso, ainda mais para aqueles bens ou serviços “comoditizados”.

Em uma situação destas várias etapas (que iremos ver por aqui futuramente) devem ser obedecidas desde a identificação da necessidade, o objetivo da cotação ao alcance de resultados. Compete ao solicitante, ou melhor, a empresa contratante, conhecer os riscos envolvidos neste processo.

Em alguns casos, a empresa contratante deve estar disposta a quebrar paradigmas, romper barreiras e principalmente: estar disposta a confiar em seu profissional. Nestas situações, ainda mais onde o maior desafio lançado ao negociador responsável pelo processo é a garantia de redução de custos, com a garantia da qualidade dos produtos comprados ou serviços contratados. Nestas situações, o negociador deve manter sua postura profissional e principalmente ética, pois estará lidando com fornecedores antigos, tradicionais, e pertencentes a uma zona de conforto, pois podem estar fornecendo ou prestando serviços à empresa há anos, ou ser um velho conhecido de alguém na empresa.

Compete ao negociador identificar a situação e questionar aos seus superiores: “-O que quer a empresa?”.

Se quiser realmente a redução de despesas com a manutenção da qualidade, que assim seja. A indiferença ao tratamento dos participantes da cotação, e o alcance dos resultados, sempre. Assim, tudo se encaixará perfeitamente. Verdade? Nem sempre.

O excesso de cautela com certeza é altamente prejudicial ao sucesso do processo. Este excesso geralmente ocorre em organizações tradicionais, e com algumas estruturas engessadas, onde assim se perde “correndo atrás do rabo”, na busca de uma forma de se documentar, municiar, proteger, resguardar e enfim, enche-se de caprichos e medos tolos quando o assunto é chegar em um antigo fornecedor e lhe dizer: “-Você perdeu, e está fora do processo...”

Não é de hoje que existe uma grande máxima no mercado, seja qual for seu seguimento, onde se diz que “quem não deve, não teme”.

À medida que se demora a posicionar um participante do processo sobre seu status atual, ou volta-se atrás do resultado já informado, simplesmente porque algum participante não soube perder e o processo tem de ser revisto, a credibilidade do trabalho se esvai.

Em suma, compete ao profissional de compras, manter em seu processo de cotação e compra, lisura e transparência, de modo que não haja possibilidades de suspeitas quanto aos resultados obtidos, fazendo com que este profissional comunique ao então fornecedor que ele está fora do jogo.

Infelizmente, não é difícil encontrarmos no mercado, empresas que prefiram “correr atrás do rabo”, mesmo tendo garantias que o processo de cotação e compras é íntegro.

Uma pena.