Quem nunca parou para pensar qual foi o seu grande erro até hoje?
Muitos com certeza, detentores de um perfeccionismo egocêntrico provavelmente nunca encontrarão esse seu erro, mas sim, algo que não deu certo em função de algum terceiro que tenha errado. E, cá entre nós, ele já está errando. Mas não vamos contar a ele, certo?
Eu com certeza já errei, e ainda vou errar muito. Dentre os erros que consigo ver hoje, o que mais me incomoda é o que eu classifico como erro bobo, e que por incrível que pareça, me gerou alguns benefícios.
Quando tinha meus 14 para 15 anos, decidi que não faria o chamado colegial (2º grau), mas sim, um curso técnico de contabilidade.
Meu Deus, onde eu estava com a cabeça? (!!!)
Foram 03 anos em que eu me arrependia a cada dia de ter tomado aquela decisão, principalmente quando eu entrava nas aulas de contabilidade geral, contabilidade bancária e por fim, contabilidade pública. Isso nunca foi minha praia. Se me perguntarem o que eu entendo desse tema, serei franco em lhes dizer que nada.
Formei-me como um técnico em contabilidade, ou seja, um contabilista em 1996. Nunca exerci. Cheguei a passar no vestibular da municipal em segunda chamada, na segunda opção e em que curso? Contabilidade. Obviamente, desisti.
Definitivamente, não era a minha praia de forma alguma.
Foi quando comecei a me perguntar por diversas vezes o que eu tinha feito, principalmente quando eu parava para pensar frente a uma prova de concurso que eu não fazia a mínima idéia do que eram algumas fórmulas, ou temas abordados, afinal, eu era um técnico em contabilidade que nunca tinha estudado aquilo.
Nessas horas é que batia o arrependimento, e eu começava a sonhar com a minha antiga paixão: fisioterapia. (Talvez pelo grande contato que tive com esse meio, tamanho o tanto de torções e fraturas que tive. Mas isso não vem ao caso.)
Nunca vi alguém de família humilde conseguir fazer um curso de tempo integral, tendo que colocar dinheiro em casa e estudar ao mesmo tempo.
Paralelo a isso, foi uma época meio complicada economicamente, mudanças na economia nacional, com plano real e etc., desemprego e eu, prestes a exercer o serviço militar não conseguia emprego.
Dizem que vendas é algo que a pessoa entra quando não tem opção. Pelo menos no meu caso foi verdade. Na falta do que fazer, precisando honrar com a ajuda em casa, decidi entrar para vendas e foi aí que tudo começou a se encaixar.
Você deve estar se perguntando do por que desta história toda em um blog chamado Negócio & Ação! Eu explico:
Podemos através de nossas atitudes mudar aquilo que talvez já esteja desenhado. Um amigo meu usa muito uma expressão que decidi inseri-la em meu dicionário: “sentar em cima do rabo e gemer”.
Vejo muitas reportagens, documentários e etc, onde marginais alegam que entraram no mundo dos crimes em função da falta de emprego, da falta de estudo e etc. Isso é o tal do “sentar em cima do rabo e gemer”.
Preciso voltar no texto, onde eu acabava de descobrir que tinha me formado em algo que eu não gostava, que eu estava desempregado, além do fato que o grande curso de meus sonhos era algo semelhante a uma utopia? Não. Melhor não.
Na nossa vida, seja ela no âmbito pessoal como no profissional, temos “n” caminhos a seguir. Isso é o chamado “livre arbítrio”. Tudo o que fazemos gera um turbilhão de conseqüências, e devemos estar prontos para assumi-las.
Certa vez, ouvi de um gerente de uma das lojas da rede a qual eu trabalho, quando ele dizia aos colaboradores de sua filial:
“-O resultado de suas vendas é o fruto de sua competência. O cliente vir a te a loja, é fruto da oportunidade que a empresa está lhe dando. Sorte, é 50% oportunidade, e 50% competência. Portanto, tenham sorte...”
Este discurso me chamou a atenção e conseguí de uma forma muito automática associá-lo a minha vida, seja quanto a coisas que vivi, como a coisas que estão acontecendo e aquilo que quero para mim, e meus futuros filhos ou família.
Por fim, você deve estar se perguntando o que eu resolvi de minha vida. Por que eu resolvi cursar administração, por que resolvi ser de negócios, de compras.
Simples: eu vivia uma situação indesejada, queria algo que não poderia ter naquele momento, mas enxerguei uma oportunidade no curso de administração, onde eu poderia trabalhar e estudar ao mesmo tempo, tendo a oportunidade de ampliar meus conhecimentos naquilo que tinha despertado em mim uma nova paixão: o mundo dos negócios.
Estudei por conta própria, livros de ciências, biologia, redação e mais alguns que eu não entendia nada. De 100 vagas na então FACEF, faculdade de ciências econômicas de Franca (autarquia municipal), eu passava em 98º lugar. Isso para mim foi o mesmo que te passado em 2º.
Este foi o estopim para que as coisas começassem a mudar a minha história, como em alguns casos já puderem ler em meus artigos. Convites do mercado, melhores propostas de trabalho, pós-graduação e etc.
Mudei de emprego, assumi riscos, cresci, apanhei e desenvolvi.
Tive sorte. E não quero que ela vá embora. Estou sempre buscando por ela, afinal no alto de meus 31 anos penso que ainda vão acontecer muitos problemas, muitas situações que me farão repensar em tudo de novo.
Porém, lembre-se: “-Sorte é 50% oportunidade, e 50% competência”.
Faça! Tenha coragem! Ouse! Busque o novo! Se ofereça!
Com certeza você verá que é mais difícil que “sentar em cima do rabo e gemer”, mas é muito mais gratificante.
Não escolha seu caminho.
Desenhe-o!