Hoje, mantendo a série de “artigos terceirizados”, tenho o prazer de trazer à vocês o artigo de um profissional da área de tecnologia da informação que tive o grande prazer de dividir a sala de aula com ele durante três anos dos quatro em que estudei na faculdade de administração de empresas.
Diga-se de passagem, uma das poucas amizades verdadeiras que mantive daquela época, e que, aliás, hoje me orgulho de chamar de meu irmão não biológico.
Eliezer Pimentel (@eliezerpimentel) é o exemplo de pessoa que de maneira igual a muitos outros, enfrentou diversos desafios, tendo inúmeros motivos para ou desistir, ou seguir caminhos não muito interessantes. Contrário a isso, lutou contra tudo e contra todos, sendo hoje diretor de uma grande empresa de desenvolvimento de softwares na cidade de Franca, a Plano Bê; que aliás é hoje uma empresa competitiva no seguimento de softwares para POS e outras modalidades de pagamento. Recomendo, aliás, que visitem e conheçam sua empresa pelo http://www.planobe.com.br
Enfim, Eliezer escreveu o artigo abaixo sobre um tema que me interesso muito: tecnologia. Neste artigo ele nos trás um tema novo, a chamada geração Z. Muito interessante, principalmente se pensarmos que é desta geração que sairão os novos profissionais de um futuro bem próximo.
Tenham uma ótima leitura!
Revivendo parte da infância
Interessei-me por tecnologia ainda muito jovem, por volta de meus 12 anos de idade, enquanto ainda fazia bico como empacotador em um supermercado próximo à casa de meus pais em uma cidade do interior paulista (Ituverava). Estávamos ainda na década de 80 e pouco se ouvia falar em computadores, menos ainda sobre tecnologias, pelo menos no meio em que eu era inserido e na cidade onde vivia. Devido à circunstâncias da vida, a época, enquanto meu pai cruzava as estradas do Brasil conduzindo um caminhão de norte a sul do país, minha mãe batalhava para complementar a renda da família executando tarefas domésticas que algumas mães dispensavam, como lavar roupas, passar roupas e fazer faxinas.
Meu hobby preferido era fazer recortes e colagens de partes de máquinas eletrônicas contidas nas folhas de jornais da Folha de São Paulo, de um caderno chamado Folha Informática, distribuído toda quarta-feira, e que usávamos como embrulho de mercadorias no pacote do supermercado onde fazia meus bicos aos sábados para ajudar a família, já que nos dias de semana atuava como verdureiro.
Mesmo sem saber o que todas aquelas máquinas eram ou sem ter muita noção se eram computadores "possantes" ou não, eu tinha apenas uma única certeza: "De que o mundo e as pessoas seriam transformados pela evolução daqueles computadores, mais cedo ou mais tarde". E claro, queria muito fazer parte disto.
A Tecnologia avança rápido, mais do que imaginamos!
As últimas três décadas foram decididamente marcadas pelo rápido avanço tecnológico, em tudo, em todas as áreas que se possa imaginar, mas como meu negócio são computadores, softwares e internet, vou me limitar a escrever somente daquilo que tenho vivido nos últimos anos de experiências.
Algumas décadas atrás, um tal de Gordon E. Moore (presidente da Intel em 1965) soltou uma previsão de que o poder do processamento dos computadores iriam dobrar a cada 18 meses, e que seus custos cairiam inversamente proporcional de uma forma que a cada um ano e meio teríamos máquinas mais velozes e mais poderosas capazes de fazer coisas inimagináveis e cada vez mais baratas. Fantástico! A própria Intel tem provado desta, digamos, "profecia", da Lei de Moore.
O que dizer sobre a velocidade com que a Internet cresceu no mundo inteiro, (nos últimos 20 anos), permitindo com que redes, empresas, instituições e pessoas pudessem se conectar, trocar informações de forma tão veloz nunca antes na história da humanidade concebida?
O rápido avanço do poder de processamento das máquinas, a popularização da internet e a queda nos custos de equipamentos e serviços deram início a uma das mais fantásticas e fabulosas transformações sociais já vividas na era moderna, e mais, em um curtíssimo espaço de tempo, quase que insignificante se comparado com os períodos passados de evolução social.
Os últimos 30 anos tem sido o marco da passagem da era industrial para a era do conhecimento e da tecnologia, não há do que duvidar disso, mas ainda há mais um fator que eu acrescento nessa história toda, "A evolução do comportamento humano", motivada pela evolução da tecnologia.
Vamos a alguns números:
- Atualmente são mais de 40 milhões de Internautas no Brasil;
- Mais de um bilhão no mundo todo;
- 81% dos estudantes possuem pelo menos uma conta de e-mail;
- 75% possuem alguma conta de Instant Message (msn, skype, gtalk, etc);
- 71% dos adolescentes no Brasil têm um aparelho de celular;
- 97% acreditam que a tecnologia é importante para educação;
A nova sociedade, influenciada pela tecnologia, desenvolveu hábitos e comportamentos que têm mudado o contexto na forma de se fazer jornalismo, no modo como se ouve música, como se vê televisão, no modo como se faz política, na maneira com que se faz amizades, com que se tem um relacionamento amoroso, em como se lê um livro ou no modo com que se faz compras.
Como exemplo, gosto de citar o que está acontecendo com a venda de jornais impressos e revistas. O Jornal Folha de São Paulo, que antes tinha uma circulação diária de 440 mil exemplares de seu jornal, atualmente conta com apenas 307 mil exemplares circulando diariamente. A venda de CD's e DVD's despencou dos 94 para 37 milhões de unidades ao ano. E não é só isso, se fizermos uma análise superficial, podemos identificar mudanças no comportamento humano nunca antes observados.
Até pouco tempo atrás, comprar um refrigerador era uma tarefa um tanto cansativa. Visita a várias lojas fazendo cotações, negociando com vários vendedores até que se encontrasse o melhor preço com as melhores condições somado ao menor prazo de entrega. Ou simplesmente se ia à primeira loja de departamentos, e fechava-se uma negociação, sem antes realizar nenhuma pesquisa de preços.
Um site chamado Buscapé (www.buscape.com.br), por sinal brasileiro e vendido recentemente por US$ 342 milhões, mudou a forma com que se faz pesquisa de preços e na maneira das pessoas saírem às compras de produtos. Também é possível comprar quase de tudo pelo site Mercado Livre (www.mercadolivre.com.br).
O site de relacionamentos Orkut, da gigante Google, mudou a forma com que pessoas se relacionam, trocam informações, se correspondem, namorem. Os programas de comunicação de mensagens instantâneas, como o MSN e o Skype, foram grandes responsáveis pelo encurtamento das distâncias, pelos novos namoros, amizades, e porque não citar, traições.
O fenômeno Twitter que permite com que as pessoas contem ao mundo o que estão fazendo, virou uma grande sensação e uma grande ferramenta onde as pessoas, na grande maioria jovens, façam campanhas, protestos e divulgações. Exemplo disso a campanha presidencial de Obama nos EUA, e o movimento "Fora Sarney", que repercutiu internacionalmente.
Em São Francisco, nos EUA, é muito comum nos depararmos com moradores de rua usando notebooks, acessando o orkut ou o Facebook, trocando informações sobre o melhor lugar para se dormir a noite, ou sobre onde comer no dia seguinte, em qual abrigo ficar, ou ainda, enviar um email para seus familiares. A cidade de São Francisco tem internet grátis espalhada pela cidade inteira, dando acesso ilimitado a informação a qualquer morador, de rua ou não.
Geração Z
A rápida evolução da tecnologia tem dado abertura ao surgimento de uma nova geração de pessoas, seres humanos com capacidades acima do comum, se é que entendemos alguma coisa do que é comum hoje em dia.
Observam-se os jovens, crianças e adolescentes dos dias atuais, que nasceram e estão crescendo cercados de tecnologia, com iPdos, MSN, Orkut, Facebook, Google, Youtube, etc. Uma geração mais informada, mais consciente, mais detalhista e mais competitiva.
As crianças e jovens dos dias atuais vão transformar o modo de se tomar decisões em breve, vão influenciar a maneira como se administra uma organização, a forma de se fazer política, de como se aprender.
Apenas como ilustração, gosto de citar meu filho, de 10 anos de idade, desde muito pequeno, teve acesso ao computador, internet, games, entre outras parafernálias tecnológicas que gosto de ter em casa. Aos 10 anos, ele toma decisões sobre qual jogo quer jogar, música ouvir, filme a assistir, e assim, de forma natural, sem muita dificuldade, encontra na internet o que quer, faz o download, se precisar gravar em um DVD, toma a providência e pronto.
Com a mesma facilidade, o garoto com 10 anos, não se prende mais aos programas ao vivo na TV, e não dá bola se perde esse ou aquele seriado ou programa esportivo que tanto gosta, pois lá na Internet, está disponível para ele assistir quando e como quiser. Também não se prende somente aos livros adotados pela escola onde estuda, pois com uma ajudinha do Google e da Wikipédia e até mesmo com alguns vídeos no Youtube, pode aprender de uma forma diferente, pois tem nas mãos um poder que nunca imaginei ter aos 10 anos de idade.
E por falar em vídeo no Youtube, pode-se assistir um vídeo sobre a geração Z, basta clicar nesse link: http://www.youtube.com/watch?v=74w0xeG9V8s e também neste link: http://www.youtube.com/watch?v=aAErx0d5yh0
Poderia discorrer páginas e páginas sobre o assunto, sobre Geração Z e sobre as próximas que virão. Escrevi um artigo relacionado ao assunto, um tanto mais complexo porém, que pode ser link neste link: http://www.alemdecodigos.com/2009/07/singularidade-ficcao-nao-realidade.html .
O assunto pode ser para muitos, um tanto exagerado, mas para outros, que têm a percepção das mudanças e acontecimentos, irão concordar com minha opinião, a de que as pessoas estão mudando, estão se comportando de forma diferente, e a responsabilidade disso? DA TECNOLOGIA.