Estamos de volta. Depois de muito
tempo, não?
Muitas mudanças aconteceram neste
período, e sou franco em dizer que, em função delas, mal tive tempo para
lembrar do blog.
Porém, estes dias, me deparei com
uma situação do dia a dia que fez com que eu procurasse ler sobre, pesquisar e
etc, pois eu não me conformava em ver aquilo acontecendo de forma tão
escancarada, e até mesmo costumeira aos olhos de outras pessoas que não os
meus: a falta de mão de obra de níveis iniciais de carreira, como estagiários,
assistentes e analistas.
Achei interessante abordar este tema aqui no blog, e começar assim a reaproximação.
Eu venho de uma cidade do
interior de São Paulo, Franca, e lá, você quando jovem, tem poucas
alternativas, a exemplo de outras cidades do interior, mesmo que Franca não
seja tão pequena assim. Lá, ou você se torna um operário do setor calçadista,
ou, um auxiliar administrativo de um escritório de contabilidade ou da própria
empresa de calçados mesmo. Cresci vendo as pessoas concorrerem vagas com unhas
e dentes, por valores que nem são tão altos assim. Lembro do meu exemplo mesmo
quando para corrigir o curso da minha carreira, abri mão do trabalho de
vendedor para me tornar estagiário em um banco. Eu recebia por mês, pouco mais
de R$ 600,00, tinha “n” dívidas para pagar, além da faculdade, e trabalhava com
muita vontade, querendo ser efetivado e enfim, eu não era uma exceção. Conhecia
muitas pessoas que agiam da mesma forma e que hoje estão também bem
direcionadas em suas carreiras, acredito eu que em função desta postura.
Na faculdade de administração de
empresas, eu ouvia que, nós éramos a ameaça para a geração que naquela época,
entre 2001 à 2004, tinham seus 45 anos, 50 anos. De fato, concordo. Nós somos
(ainda).
Mas, voltando a idéia do texto, e
focando diretamente no exemplo que me fez então pesquisar, recentemente comecei
a ver alguns jovens (me sinto velho falando assim) entrando no mercado de
trabalho, em casos bem próximos a mim. Todos pertencentes à famosa
geração Z, que eu sinceramente, nunca achei o máximo que acham e etc, mesmo que
no
blog já tenha havido de um grande amigo meu, uma postagem falando deles e
etc.[1]
A sensação que tenho, sendo muito
sincero, é que esta geração tem se preparado mais para a balada do que para
suas carreiras, ou melhor, eles querem curtir a vida, porque a vaga de diretor,
presidente, CEO de qualquer empresa é pequena para o sonho deles.
Nestas pesquisas que fiz,
encontrei em um site, uma pesquisa
feita em parceria entre a PwC e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) que diz que, “...Quase
metade dos CEOs do Brasil (42%) afirmou que já deixou de aproveitar uma
oportunidade de mercado ou precisou atrasar ou cancelar uma iniciativa
estratégica porque a empresa não dispunha de talentos necessários para o empreendimento...”
Ainda sobre o estudo, eles afirmam que, “...A redução nas taxas de crescimento
populacional vem causando uma diminuição relativa no número de crianças e
jovens, além do crescimento da proporção de adultos e idosos no país. As
alterações vêm causando evasão de talentos no universo profissional...”
Concordo, porém, em partes.[2]
A redução das taxas de
crescimento populacional do Brasil ainda estão longe de ser o motivo de falta
de profissionais, como seria por exemplo na Europa, onde o número de idosos de
fato é considerável frente à de jovens.
Estou me sentindo velho afirmando
o que vou afirmar agora, mas sob minha análise (daí fique a vontade de ter a
sua também), é que, a escassez de profissionais no mercado se dá muito mais
pela ausência de jovens com vontade e humildade para trabalhar, ralando desde o
começo, do que de fato o aumento da faixa etária da população e etc.
Por fim, não concordei muito com
a pesquisa feita, em função da minha experiência vivida recentemente, como já
escrito.
Estagiários, assistentes e
analistas que, selecionados em processos, assumem compromissos com a empresa
contratante, marcam data de início, e sequer aparecem. Ou, começam, mal ficam
seis meses, e saem da empresa não tendo sequer outro emprego definido. Trainees
que mal ficam seis meses em uma atividade analítica ou operacional, e já pedem
suas demissões, deixando entender que não é aquilo que eles buscam e sim uma
gerência ou diretoria (mesmo que nunca tenham antes trabalhado em suas vidas).
São coisas que eu não via
acontecer na minha época de estudante e de quem estava começando uma carreira
profissional. Mas enfim, pode ser algo regional de São Paulo capital. Talvez
excesso de oferta, não sei. Ou caretice minha.
Mas sou franco em dizer que, do
jeito que vejo as coisas acontecendo, não acho que serei ameaçado pela geração
que estiver saindo das faculdades quando eu tiver meus 45 ou 50 anos. Até lá,
vou continuar meu ritmo, querendo ser todos os dias um dos melhores no que
faço, e buscando aumentar meu conhecimento no seguimento.
[1] Geração
Z. A nova geração. Blog Negócio & Ação, Geração Z. A nova geração.,
acessado em 25/08/2013: http://negocioeacao.blogspot.com.br/2010/04/geracao-z-nova-geracao.html
[2]Profissional
mais velho não é solução para falta de talentos, diz estudo, site G1, 19/03/2013
13h33 - Atualizado em 19/03/2013 13h36, acessado em 25/08/2013: http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2013/03/profissonais-mais-velhos-nao-sao-alternativa-para-escassez-de-talentos.html