terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Multiplicando conhecimentos

Desde que criei o Negócio & Ação!, sempre deixei claro que o foco principal deste blog é a pulverização de conhecimento, e a troca de experiência sobre assuntos relacionados à compras, administração, marketing e negociação.
Pois bem. Como relatado em artigo anterior, hoje neste artigo vou buscar deixar o “strategic source” um pouco mais perto de vocês, trazendo as matrizes e um pouco da teoria que absorvi das consultorias do assunto com as quais já me relacionei.
Desta forma, vou buscar explicar de uma maneira mais sintática, o passo a passo da abertura de um processo de cotação, e quais as variáveis que influenciam na tomada de decisão no que diz respeito à parte técnica, ou seja, a história do zero ou um, aquela parte em que o relacionamento com os potenciais fornecedores não conta tanto assim.
Para que um processo destes possa ocorrer, compete ao negociador ter a visão clara dos seguintes pontos, extrair informações, e principalmente, saber interpretar os resultados alcançados. Os pontos em questão são:
Perfil das famílias
Ao trabalhar com uma determinada linha, o negociador deve literalmente, “dissecá-la”, buscando conhecer cada uma de suas especificidades, como por exemplo, quantificar, separar o mix em famílias, sub-famílias, grupos, subgrupos, descrição detalhada dos itens, quantidade consumida em determinado período, e também, qual a despesa cada um destes grupos gera no acumulado de um período, preferencialmente 12 meses, e quanto cada um destes representa percentualmente no acumulado das despesas ou linhas trabalhadas.
Neste momento, o negociador deve também encontrar informações particulares adicionais, que impactem no negócio, como por exemplo, se existe em algum item do mix, algum tipo de contrato formal; se os itens do mix possuem uma abertura de composição de custos; qual o número de fornecedores atuais para cada item; e qual o nível de detalhamento das especificações técnicas atualmente.
Tendo estas informações, o negociador está municiado a partir para o mercado fornecedor em busca de oportunidades.
Mercado fornecedor
Tendo em mãos as informações completas para o trabalho, o negociador deve trabalhar junto ao mercado, utilizando de sua carteira de potenciais fornecedores já conhecidos. Supondo que o negociador não possua ainda uma carteira de fornecedores potenciais, este poderá usar até mesmo de pesquisas em ferramentas na internet, ou, no que meu ponto de vista é mais indicado, utilizar de indicações de seu network, evitando assim, ou melhor, reduzindo as possibilidades de entrada dos “aventureiros” no processo de cotação.
Depois da análise da linha, realizada sua divisão e conhecimento, bem como a identificação de potenciais fornecedores, o negociador deve então começar a montar o quebra-cabeças, identificando pontos importantes na relação produto e fornecedor, como por exemplo:
a) Poder de barganha do fornecedor
Qual o nível de força e flexibilidade do mercado fornecedor? Existe alguma regulação dos preços dos itens? O preços são impactados por exemplo pelo dólar?
b) Ameaça de novos substitutos
Dos itens em questão, qual a ameaça aos atuais fornecedores quanto a concorrência “entrar”? Quais as ameaças estes novos entrantes trarão ao atual fornecedor?
c) Competição no mercado
Qual a intensidade da competição dos fornecedores em questão? Estes possuem algum tipo de regulação? Há novos e bons fornecedores no mercado?
d) Poder de barganha do comprador
O negociador/comprador, possui um tipo de produto e volume atrativo para médios e grandes distribuidores ou fabricantes?
Identificados estes pontos quanto ao mercado fornecedor, inicia-se então a elaboração da estratégia de compra.
Estratégias de compras
O sucesso da estratégia de compra/negociação, dentro das teorias as quais tive acesso, e que, confesso utilizar em meu dia a dia, é embasada em duas grandes variáveis, que podem ser direcionadas pelo negociador, de maneira correta. São as dependências e as certezas.
Mas, esta parte é onde quero dedicar se possível, um artigo especial, partindo então para o fechamento do processo, que entendo ser o portfólio de fornecedores e o resumo da situação atual, criando então os fatores comparativos, e os indicadores de performance do processo realizado.
Nos vemos em breve!

2 comentários:

Eliézer Pimentel disse...

Muito bom o artigo Márcio, como trabalho, digamos, do outro lado da mesa, no sentido da negociação, como vendedor, preciso conhecer as estratégicas de compras, e assim, me adequar da melhor maneira possível as condições do comprador. Não é tarefa fácil, principalmente quando não se vende um produto físico, e sim um serviço como softwares.

Mas todas as características citadas no artigo servem e base para qualquer negociação, muito bom mesmo.

Continue assim, sempre!

Anônimo disse...

Lendo suas postagens, me sinto uma formiguinha perto de um gigante...
Infelizmente aqui em Curitiba, a única (pasme... ÙNICA) instituição que ministra o curso de ERP, não tem o módulo MM, só o FI, puxa fiquei tão xoxinha. rsrs Apenas li seu artigo, preciso mastigá-lo bem pra dar uma filosofadinha e arriscar alguma argumentação sem medo de pagar um mico! rsrs amanha voce está na pauta do dia!
Bjkas
Luz!
**Obrigada por seu interesse em compartilhar seu conhecimento!

Dorah! (femmeh)