Eu pensei muito no assunto, não
compartilhei nada em redes sociais até então porque eu não achava que poderia
contribuir – sim, penso nas coisas que escrevo mesmo sem ser um digital influencer – até que aconteceu
uma coisa que me fez mudar de ideia.
Não há quem não saiba de um caso
extremamente infeliz da morte de um cachorro em uma loja de uma rede de
hipermercados. Certo?
Eu, como profissional de compras,
participo de alguns grupos de discussão e ajuda no seguimento e me deparei com
a seguinte pergunta no grupo com mais de 200 compradores (vou colocar na
íntegra a pergunta e o desenrolar para depois concluir). Óbvio que omitirei
nomes:
“-Pessoal, estou abrindo um BID de
facilities, segurança, manut. predial e ar condicionado. Conhecem quem atue
nessas 3 frentes? Em paralelo, sabem
informar quem é o fornecedor de vigilância do (loja) de Osasco?”
Um dos participantes do grupo
respondeu qual seria a empresa, e rapidamente, houve a seguinte resposta:
“-Esse é bom saber para nunca contratar.”
Uma terceira pessoa:
“-Foi nesse (loja) que o segurança matou o
cachorro, não foi?”
Uma quarta pessoa:
“-(nome), pode esclarecer se indicou a
(empresa) para o BID, ou se disse que
são o fornecedor do Carrefour? Ficou um pouco confuso rs”
A pessoa que indicou: “-Indiquei para o Bid”
Eu já pensei: olha o tamanho da
irresponsabilidade. Em um grupo com mais de 200 compradores, pedem uma
indicação, o fazem e daí já associam a um problema ocorrido e começam a falar
mal da empresa QUE NADA TEVE A VER COM O
ASSUNTO.
Por isso eu falo que, o peso do
que escrevemos é muito grande. Mesmo que não sejamos digital influencers.
Pelo menos depois houve um pedido
formal no grupo de desculpas por quem acusou errado. Mas mesmo assim, eu ainda
estava indignado com a falta de responsabilidade daquelas pessoas em enxergarem
o meio que estavam – um grupo profissional com mais de 300 compradores – e
fazer uma acusação sem saber quem tinha feito o erro e etc.
Daí, quando eu já estava quase
pensando em escrever, uma colega postou:
“-Pessoal. Acho que foi uma ação isolada de
um funcionário. E devemos acompanhar como a empresa se portara diante do fato.
Mas a (empresa acusada erroneamente) tem mais de 50 ano de mercado. E uma
reputação estável. E importante analisar todos os fatos “.
Enfim, em resumo, temos que ter
muito cuidado com aquilo que lemos, e principalmente, com o que escrevemos ou
falamos.
Tenham certeza, achei uma
barbárie o que aconteceu. Adoro animais e acho que nada justifica o que foi
feito. Mas hoje, com a informação fácil como está, você em um grupo de
compradores profissionais (em tese), julgar uma empresa que nem sabe se foi ela
quem fez, é um erro enorme, além de uma baita gafe entre mais de 200
profissionais.
Leiam, tirem por dia pelo menos
15 minutos para ler de tudo um pouco. Algo lhe intrigou, pesquise, busque
fontes. Um amigo meu comenta que as redes sociais são uma grande mesa de
boteco, onde você chega, e coloca suas opiniões e não está nem aí. O erro é
que, esquecem que a diferença entre a mesa de boteco de verdade e a rede social,
é o alcance do que você fala ou faz.
Márcio Ranhel
Administrador
Profissional de compras há 15 anos.